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Os museus surgiram como síntese representativa de uma realidade, impondo questões sobre a preservação das memórias inerentes à função e à simbologia dos objetos. No caso dos museus de arte, o objetivo era constituir um repositório patrimonial que contribuísse para a criação de uma identidade cultural, pelo que os objetos eram avaliados sobretudo em função da excelência dos seus parâmetros estéticos, em detrimento de outras significações; também a historiografia da arte privilegiava os aspectos formais, estabelecendo atribuições e estilos. Essas circunstâncias determinaram a descontextualização do objeto no espaço museológico. Porém, a partir de meados do século XX, os estudos sobre o público, enquanto entidade plural e diversificada, e os debates teóricos em torno da significação do objeto contribuíram para uma redefinição do discurso museológico. O museu passou a compensar as perdas inerentes ao processo de musealização por meio de um conjunto de procedimentos e ferramentas que recontextualizam os significados do objeto nas suas múltiplas valências. Entre ambos os vetores, de descontextualização e de recontextualização, o museu desafia a nossa memória pessoal e coletiva
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